Um sonho de família
sustentado na reciclagem
Eu já fiz várias coisas, fiz faxina, capinei em roça no sol ardente, trabalhei na fumageira pra poder levar o sustento pros meus filhos. No início, quando comecei a ser catadora tinha muita vergonha, não vou negar. Pessoas que trabalham com o lixo sofrem muito preconceito. Mas agora, sou catadora há mais de 20 anos e é um trabalho que me orgulha. Não é fácil e o dinheiro é sempre curto, mas foi com a reciclagem que criei meus quatro filhos.
Vera Lúcia Flores da Rosa, catadora
Desde pequeno vejo minha mãe, a Vera, trabalhando com reciclagem. Sabia que era dali que vinha o nosso sustento mas não era fácil. Às vezes, quando ela achava que a gente tava dormindo, eu ouvia a mãe chorar. Ela não sabia como ia conseguir o dinheiro pra levar a semana, precisava se virar com aquele troquinho. Em 2014, virei catador também. Por causa do meu trabalho aqui, estamos perto de conquistar um dos nossos sonhos: o de finalizar a nossa casinha. Na coletividade, sonhamos com a horta e com a mudança que ela vai trazer pras pessoas.
Marcos Pereira dos Santos,
catador e presidente da COOMCAT